sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Escola de Medríocres postado por Fernando

Escola de medíocres
Por mais força que tente fazer, não consigo entender o bombardeio que lideranças sindicais vêm fazendo à proposta do governo de São Paulo de premiar as escolas, a partir do desempenho dos alunos.
Sempre enfatizei, nesta coluna, que o professor é uma vítima das péssimas condições de ensino e seria uma injustiça responsabilizá-lo isoladamente pela indigência educacional. Os sindicatos fazem muito bem em tentar evitar essa injustiça. Mas cometem uma injustiça com os mais pobres ao atacar o sistema de mérito.
O que se está propondo é avaliar a escola com base nela mesma. Ou seja, a partir de sua evolução. Não será comparada com a rede, para evitar uma situação desigual, pois disputaria com colégios de bairros mais ricos. Mais: promete-se (e aí vamos ter de checar) que haverá um apoio especial às unidades pior colocadas no ranking geral. Isso significa que os que estiverem por baixo têm as maiores chances de ganharem mais.
Com esse estímulo, a escola vai se sentir sócia do sucesso do aluno --e não do seu fracasso. É o que tem sido visto em vários lugares em que o sistema de mérito foi aplicado.
Só consigo entender a oposição essa concorrência como uma mediocridade corporativa, da qual os filhos dos trabalhadores são as maiores vítimas, por estudarem em escolas públicas. Só os medíocres, irremediavelmente acomodados, não gostam do reconhecimento do talento e do esforço. No mais, é um ruim exemplo aos alunos.
Gilberto Dimenstein

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