terça-feira, 28 de agosto de 2007

Controlar aquecimento custa US$ 200 bilhões

Dinheiro deverá ser usado em investimentos até 2030. E isso é apenas para que a situação não piore.

28/08/2007 - 19h31 - G1

Mais de US$ 200 bilhões em investimentos serão necessários até 2030 apenas para manter a emissão de gases do efeito estufa nos níveis
registrados hoje, de acordo com um relatório da ONU sobre o aquecimento global divulgado nesta terça-feira em Viena.

Segundo o documento, elaborado pela Agência de Mudanças Climáticas das Nações Unidas (UNFCCC), "será necessário um investimento global e um aporte financeiro da ordem de US$ 200-210 bilhões até 2030 para que as emissões de gases do efeito estufa retornem aos níveis atuais".

Durante a apresentação do relatório, o secretário executivo da UNFCCC, Yvo de Boer, afirmou que encontrar "uma resposta econômica" era vital para reverter as conseqüências do aquecimento global.

A UNFCCC realiza nesta semana uma conferência em Viena com representantes de governos, da indústria e de instituições de pesquisa como parte dos preparativos para um grande encontro em Bali, na Indonésia, que em dezembro reunirá 191 membros para discutir compromissos ambientais depois de 2012, quando expira o Protocolo de Kyoto.

Deverão ser invertidos no combate às mudanças climáticas entre 0,3% e 0,5% do PIB global e entre 1,1% e 1,7% dos investimentos globais, segundo estimativas do relatório da ONU.

Apesar da necessidade de mais fontes de financiamento, "uma parte substancial do investimento adicional necessário poderia ser coberta pelas fontes atualmente disponíveis", sugere o texto.

O objetivo é "direcionar os fluxos financeiros e de investimento para novas instalações menos agressivas ao clima e mais flexíveis". Isso inclui investimentos na área de pesquisa de novas tecnologias, energias limpas e renováveis para os transportes, a indústria e a construção civil, além de formas de exploração sustentáveis da floresta.

"A eficiência energética é a maneira mais promissora de reduzir as emissões de gases do efeito estufa a curto prazo", disse De Boer. Determinados setores nos países em desenvolvimento também deveriam receber financiamentos para reduzir atividades que possam colaborar para o agravamento das mudanças climáticas.

Uma forma de geral renda adicional é o programa de créditos de carbono do Protocolo de Kyoto. Através deste mecanismo, os países industrializados investem em projetos para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa nos países em desenvolvimento, sendo assim autorizados a estourar sua própria cota de poluição.

Uma taxa internacional sobre o tráfego aéreo -- uma idéia que tem provocado reações raivosas por parte da indústria da aviação -- também poderia arrecadar entre 10 e 15 bilhões de dólares, comentou De Boer. O relatório foi feito em colaboração com outras agências da ONU, instituições financeiras internacionais, organizações não-governamentais (ONGs) e representantes do setor privado.

O texto faz um apelo para que todos os países adotem políticas comuns de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias, além de estabelecer padrões de eficiência internacionais para aparelhos elétricos.

De Boer afirmou ainda que o documento "envia um sinal para as pessoas, os governos que irão projetar a arquitetura de um futuro com mudanças climáticas, em termos de áreas nas quais eles precisam atuar".

Mais de mil representantes passarão por Viena esta semana para participar das negociações da UNFCCC. Os níveis atmosféricos de dióxido de carbono (CO2), o principal gás causador do efeitp estufa, já aumentaram em cerca de um terço desde o início da Revolução Industrial, no século XVIII.

Ao longo dos últimos cem anos, a temperatura média global do ar subiu aproximadamente 0,75 graus Celsius, causando o derretimento de geleiras, a redução da calota polar do Ártico e a diminuição drástica do permafrost, alertou o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC) no início deste ano.

Especialistas da agência prevêem um aumento entre 1,1 e 6,4 graus Celsius, dependendo das quantidades de CO2 liberadas ao longo deste século. Enchentes e secas terão grande impacto na agricultura, e há um grande risco de tempestades cada vez piores, afetando cidades costeiras.

Isso tudo depende em grande parte do que será feito em relação aos combustíveis: a maior fonte de CO2 é a poluição gerada pela queima de óleo, gasolina e carvão. Reduzir essa poluição através da eficiência energética e da popularização de fontes de energia limpa é o grande desafio da sociedade - mas isso terá um custo.
Sandra - Informática

Um comentário:

Anônimo disse...

Esta noticia vem mais uma vez confirmar alguns comentários que eu tenho visto pela internet, comparando o ser humano com um câncer, tanto o maligno, como o benigno.
Um destrói tudo o que toca e o outro apesar de não contribuir com a destruição, não ajuda a melhorar em nada o atual estado do planeta. Claro que há exceções para isso e eu também não concordo plenamente com esses comentários, mas infelizmente ainda é muito raro encontrar pessoas que contribuem para a melhora do clima do planeta.