segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Cerca de 65% dos jovens passam a noite na internet

A internet já provou ser uma grande aliada nas pesquisas e trabalhos escolares. A facilidade proporcionada pela tecnologia une pessoas ao redor do mundo e possibilita que amizades sejam feitas entre pessoas separadas por milhares de quilômetros. Entretanto, se o uso não for controlado, o computador pode se tornar um inimigo do estudo. Uma pesquisa realizada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), aponta que a maioria dos jovens usa a internet durante a noite.
A pesquisa, que entrevistou 160 adolescentes entre 15 e 18 anos, concluiu que 65% dos jovens passam a noite em frente ao computador, e desse total, 76% utilizam o micro entre 18h e 6h. Enquanto isso, 90,4% acessa a rede nos fins de semana das 17h às 3h da madrugada.
De acordo com a professora de pedagogia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Dilmeire Ramos Vosgerau, o problema não é a internet, mas a forma como os pais não conseguem estabelecer os limites de sua utilização. "Se a criança ou o adolescente estuda de manhã, irá com sono para a escola. Se estuda à tarde, dormirá a manhã toda e deixará de passar esse tempo com brincadeiras e os amigos. Esse tipo de relacionamento não pode ser substituído pelas amizades virtuais. Todas as novas tecnologias como a televisão, o vídeocassete e os vídeo games trouxeram esse problema. Cabe aos pais imporem os limites", acredita.
Segundo o neurologista do Hospital de Clínicas (HC), Pedro Kowacs, o organismo humano é projetado para funcionar em turnos. "Várias aspectos desse funcionamento, desde a estruturação da memória à secreção de substâncias, dependem do sono. É ele quem repara a mente. Se a pessoa dorme menos de seis horas e meia durante a noite, é declarada insone. Esse estímulo visual intensivo deixa o jovem suscetível à dor e pode ter efeito a outros processos, menos graves, no cérebro", disse.
Segundo a pedagoga do Centro Integrado de Educação Sagrado Coração (Ciesc Sagrado), Gisele M. Gumiela, a internet pode ser um ótimo suporte pedagógico. "Trabalho com jovens de 5.ª à 8.ª séries, e percebo como a tecnologia pode ajudar na aprendizagem. Mas quando não há limites, o uso do computador passa a ser prejudicial. Para o aluno, é muito mais gostoso realizar uma pesquisa com o auxílio do PC. É mais estimulante. Mas passar o tempo com os jogos e o MSN (programa para realização de bate papos) é muito mais legal que estudar. A família deve estar atenta ao que ele busca na internet", explica.O aluno de jornalismo da PUCPR, Felipe Valente, é um exemplo dessa nova geração de estudantes criados na era da banda larga. Segundo ele, a grande rede, se usada de forma consciente, não é prejudicial. "Eu acesso a internet diariamente desde o 2.º ano do ensino médio, quando a internet de alta velocidade foi instalada aqui em casa. Nunca cheguei ao ponto de deixar de estudar para uma prova por causa do computador. Nesses dias prefiro ficar longe dele, pois sei que vou acabar me distraindo", comenta.

Postado por Gislaine

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