segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Brasileiro paga 395 vezes mais caro pela banda larga do que no Japão, diz Telcomp

W News - Os brasileiros pagam uma das maiores taxas para ter acesso à banda larga em todo o mundo, aponta pesquisa da TelComp (Associação Brasileira de Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas). O alto custo, segundo a associação, é conseqüência da falta de concorrência na oferta do serviço.
Ao comparar operadoras nacionais com empresas que atuam na Europa, Japão e Estados Unidos, a Telcomp, que tomou como referência a velocidade de um Megabyte por segundo (Mbps), identificou que o brasileiro de Manaus, por exemplo, paga 395 vezes mais caro pela mesma velocidade oferecida no Japão.
Pelo estudo, a NET em São Paulo cobra R$ 39,95 por mês por um Mbps. A Telefônica pede R$ 159,80 pela mesma velocidade. Em Brasília, a BrT oferece um Mbps por R$ 239 e em Manaus esse valor sobe para R$ 716,50.
Na Europa, a Tiscali italiana cobra por um Mbps o equivalente a R$ 4,32 ao mês; na França, a Orange cobra R$ 5,02 pela mesma velocidade. Nos Estados Unidos, o preço pedido pela Time Warner é o equivalente a R$ 12,75. Já os internautas japoneses podem adquirir internet banda larga de um Mbps do Yahoo! por R$ 1,81. Os valores do levantamento foram pesquisados pela TelComp, nos próprios sites das operadoras em 10 de julho de 2007.
Como resultado dos valores praticados pelas operadoras nacionais, apenas uma pequena parcela da população, 0,7%, possui acesso à internet de mais de um Mbps. A União Internacional de Telecomunicações, estabelece banda larga como igual ou acima de 2Mbps.
Para Luis Cuza, presidente executivo da TelComp, o principal problema é a inoperância do setor público em não cumprir o que está previsto na Lei Geral de Telecomunicações (Lei n° 9.472/97). "O governo federal, por meio das agências reguladoras, deve implementar as ferramentas de competição já previstas em lei e decreto e atuar de forma mais firme nas questões de fusões e aquisições dos players do mercado. A concorrência propicia melhores preços e serviços. É necessário criar mecanismos que promovam esse movimento e, desta forma, o Brasil contará com serviços de qualidade e com custos mais acessíveis", aponta.
Segundo Cuza, a concorrência só será possível se houver uma significativa otimização da rede pública e diversificação do controle das plataformas para, assim, aumentar a quantidade de soluções disponíveis aos consumidores, o que teria efeito direto nos custos do Mbps.

Silvio

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