terça-feira, 25 de março de 2008

Estudo lista os 37 municípios do País onde ensino público funciona

Pesquisa que será apresentada hoje em Brasília aponta adoção simultânea de 10 ''boas práticas'' pela rede escolar

Ana Paula Scinocca

Apesar de não haver uma receita única, pesquisa fechada no final do ano passado e divulgada agora mostra que há dez metas indispensáveis para oferecer educação básica com qualidade e fazer da aprendizagem ferramenta de progressão social.
A aplicação sistemática dessas metas transformou 37 municípios brasileiros - 0,66% das 5.564 cidades do País - em campeões de aprendizagem escolar.Em todos os municípios vigora uma regra de ouro: ''Um a um, nenhum a menos''. Ou, como dizem os professores de Marilena (PR), ''a agente não deixa nenhum aluno para trás''. O que, na prática, foi sentido por um estudante da escola municipal de Guaramirim (SC) desta maneira: ''Os professores insistem, insistem, até a gente aprender''.
A pesquisa Redes de Aprendizagem-Boas Práticas de Municípios que Garantem o Direito de Aprender foi feita pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Ministério da Educação/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais e União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). Os dados serão apresentados e debatidos hoje, em Brasília, no Fórum da Undime.
Nas 37 cidades onde governo, professores e pais sustentam um pacto pelo ''direito de aprender'', as dez práticas sistemáticas são: 1) gestão para a aprendizagem, isto é, organizar a escola com o objetivo de chegar a um ''ensino de resultados'', que é fazer com que o aluno aprenda; 2) prática de rede, que vem a ser a integração de todas as escolas do município a um mesmo método de trabalho; 3) planejamento, que envolve, obrigatoriamente, os pais dos alunos; 4) avaliações; 5) valorização dos professores; 6) investir na formação contínua dos docentes; 7) valorização da leitura; 8) atenção individual aos alunos; 9) agenda de atividades complementares e 10) parcerias envolvendo áreas da saúde, esporte, cultura e assistência social. Como destaca o relatório, ''o bom desempenho não (pode) ser creditado a fórmulas ou atividades complexas''.
A única complexidade está na fórmula criada (leia texto abaixo) para definir os 37 municípios alçados à condição de campeões de aprendizagem: uma parte do Indicador de Efeito Redes Municipais (IERM-Ideb) foi tirada dos resultados dos alunos ao fazer as provas que compõem o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). A outra parte da pesquisa e do indicador final levou em conta a condição socioeconômica dos alunos e dos municípios e como mesmo em situações adversas as redes de ensino obtêm resultados fora do padrões médios. ''Capricho'' foi uma das palavras-chave que resumiram as principais atitudes das redes de excelência, que para os professores e os pais dos alunos significam o seguinte: ''Ninguém se deixa imobilizar pelas dificuldades.''
Em 29 dos 37 municípios há uma prática generalizada de incentivo à leitura. E, em vez de estantes com livros arrumadinhos, as escolas criam ambientes de bibliotecas ambulantes que usam ônibus, baús, carrinhos de mão e até jegues.
As redes escolares trabalham um fluxo de informações sobre práticas bem-sucedidas, o que gera um compromisso de toda a comunidade com as questões locais e com a qualidade da educação. Isso quer dizer que o aluno não é só de uma professora, mas de toda a rede. O professor não está sozinho, é parte da equipe da escola e da rede.
A simplicidade na resposta de dois profissionais de educação - um de João Monlevade (MG) e outro de Carmo do Rio Verde (GO) - despertou a atenção das 18 pesquisadoras que fizeram o trabalho de campo. Ao exemplificar como via o real compromisso com o aprendizado dos alunos, um dirigente da cidade mineira disse: ''Aqui é tudo pedagógico.'' E, à mesma pergunta, uma professora da cidade goiana assegurou: ''A aula é gostosa, prazerosa. Educação é movimento.'' A ''prática de rede'' foi assim traduzida pelo pai de um dos entrevistados na Escola Municipal São Caetano, em Arroio do Meio (RS): ''A escola é de todos nós.''
Além dos dez pontos mais citados, os entrevistados apontaram alguns outros aspectos considerados importantes: acesso à educação infantil, interação com as famílias e comunidade, prática por projetos, respeito ao tempo escolar, infra-estrutura, perfil e papel da direção escolar.

Fernando - do www.estadao.com.br - 25/03/2007

quarta-feira, 19 de março de 2008

Microsoft lança no Brasil Windows Server 2008, SQL Server 2008 e Visual Studio 2008

Microsoft lança no Brasil Windows Server 2008, SQL Server 2008 e Visual Studio 2008

A Microsoft lançou nacionalmente os mais importantes produtos da companhia para este primeiro semestre do ano: o Windows Server 2008, o Visual Studio 2008 e o SQL Server 2008. Voltados ao mercado corporativo e de desenvolvedores, as novidades oferecem condições seguras e ágeis para a criação e a execução de uma nova geração de aplicações web, amplo suporte à virtualização e acesso total para as informações que são relevantes ao negócio. A visão de TI dinâmica, possível por meio das novas tecnologias, tem o objetivo de ajudar as empresas na contínua redução dos custos operacionais, permitindo o redirecionamento dos investimentos em tecnologia para a realização de novos projetos que agreguem valor à estratégia de negócios.

“As tecnologias anunciadas hoje reforçam o compromisso da Microsoft com a inovação. Entregamos soluções que capacitam os profissionais de TI e times de desenvolvimento a obterem agilidade para influenciar no sucesso dos negócios, pois atendem às necessidades críticas das pequenas, médias ou grandes empresas”, afirma Michel Levy, presidente da Microsoft Brasil. .

Entre as principais funcionalidades apresentadas, destacam-se a possibilidade de uma plataforma segura para cenários de missão crítica e a oferta das ferramentas ideais que simplificam o desenvolvimento, a implementação e o gerenciamento da próxima geração de soluções e de serviços baseadas na web. Companhias de grande porte como a Embratel e o Bradesco já iniciaram projetos com os lançamentos da Microsoft.

O Windows Server 2008, por exemplo, tem como principal característica a tecnologia de virtualização, considerada fundamental para os usuários porque reduz custos, aumenta a utilização do hardware e otimiza a infra-estrutura, além de melhorar a disponibilidade do servidor. Com previsão de lançamento ainda neste ano, a tecnologia Hyper-V oferece múltiplas operações de sistemas em uma infra-estrutura virtual, inclusive com Linux e Solaris. Segundo dados da consultoria internacional IDC, referentes ao segundo semestre de 2007, o Windows Server está presente em 80% dos novos servidores no Brasil. Isso representa um crescimento de 12 pontos percentuais em comparação ao mesmo período do ano anterior.

O SQL Server 2008 oferece uma plataforma de dados confiável, produtiva e inteligente que permite às empresas executarem suas aplicações críticas mais exigentes, além de reduzir o tempo e o custo de desenvolvimento e gerenciamento. Com uma plataforma completa e integrada de Business Intelligence para relatórios e análise de dados, o SQL Server 2008 fornece maior percepção de negócios para os usuários ao facilitar o processo de tomada de decisão e oferecer uma maior agilidade para as empresas. Outras características da solução, cuja versão final está prevista para o terceiro trimestre deste ano, são o Resource Governor, que define limites de recursos e prioridades para diferentes cargas de trabalho; o Declarative Management Framework, estrutura de gerenciamento baseada em políticas; e os novos tipos de dados que podem ser armazenados como documentos, imagens e informações geográficas e de localização.

No Brasil, a FNAC (rede francesa de livros, discos e eletroeletrônicos) e a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) já utilizam o SQL Server 2008 para cenários de Business Intelligence e de gerenciamento corporativo de dados.

O Visual Studio 2008, disponível desde dezembro, já registrou cerca de 17 mil downloads para teste. O produto oferece inovadoras ferramentas que ajudam as empresas a desenvolverem e gerenciarem melhor o ciclo de vida das aplicações. Isso proporciona maior previsibilidade e controle ao utilizar as mais recentes tecnologias presentes em produtos como Windows Vista e Office 2007. Com a inclusão do suporte ao ASP.NET AJAX, LINQ e Silverlight no Visual Studio 2008, também é possível criar aplicações interativas para web. Como exemplos de casos de sucesso na sua utilização, a Brasília Soluções Inteligentes, empresa fabricante de software, atingiu produtividade 32% acima da média com o uso da ferramenta Visual Studio 2008.

A Serasa (uma das maiores empresas do mundo em análises e informações para decisões de crédito e apoio a negócios) também obteve expressivos resultados a partir da sua utilização, conforme explica João Gonçalves Netto, diretor da empresa: “o Microsoft Team Edition for Software Testers nos auxiliou a comparar as diferenças de desempenho entre versões de aplicação e conferiu maior certeza para a implementação de melhorias que foram colocadas em produção”.

O Banco Nossa Caixa, de São Paulo, é outro cliente que utiliza as funcionalidades do Visual Studio 2008. “Essa solução nos ajuda a sermos mais produtivos, pois permite alocar os recursos da equipe de forma mais adequada. Além disso, oferece apoio na gestão de projeto por meio de inúmeros relatórios de acompanhamento centralizados em seu portal, em que é possível avaliar, baseado em fatos, a saúde do projeto e, se necessário, tomar decisões rapidamente”, explica Carlos Cioni, analista sênior da coordenadoria de sistemas de intranet e do site do Banco Nossa Caixa.

De acordo com Eduardo Campos de Oliveira, gerente-geral da divisão de servidores da Microsoft Brasil, os lançamentos reforçam a visão de TI dinâmica da companhia ao oferecer uma ampla gama de produtos que potencializam o impacto dos desenvolvedores e profissionais de tecnologia, além de impulsionar cada vez mais a área de tecnologia como um ativo estratégico para os negócios. “Em especial, o anúncio consolida a presença da Microsoft no mercado de virtualização, com uma tecnologia avançada e de preço acessível, que possibilita economias reais entre 42% e 75% na aquisição das soluções em comparação com as ofertas concorrentes”, disse o executivo.

Otimização na busca de resultados expressivos

Durante os meses nos quais as versões betas do Windows Server 2008 estiveram disponíveis para download, cerca de 10 mil usuários se interessaram em utilizar o produto no Brasil. Essas ações foram importantes para a Microsoft aprimorar seu sistema operacional ao ponto de classificá-lo como o mais avançado e seguro da família Windows Server.

O novo sistema operacional reduz as chances de ataques de vírus com o uso de um servidor mais robusto e seguro. Tudo a partir da proteção do acesso da rede e de soluções que envolvam o uso ao acesso wireless e remoto.

O Windows Server 2008 será oferecido em 7 opções (standard, enterprise, datacenter, web, itanium-based System, standard sem Hyper-V e enterprise sem Hyper-V), todas em inglês e português, com licenças individuais ou em pacotes de 5 e 25 usuários. Parceiros da Microsoft de longa data, a Claro Empresas, a Dell e a HP Brasil participam do anúncio das novidades. As três empresas estarão presentes nos roadshows de lançamento que a companhia realiza em 22 cidades de todo o País, nesse primeiro semestre, o “Microsoft Directions”.

“Os lançamentos da Microsoft trazem novas possibilidades de aumento da produtividade no ambiente corporativo. Estamos apostando na plataforma Windows Mobile aliada aos serviços de comunicação de dados da Claro, que juntos serão a melhor forma de expandir ainda mais este potencial”, comenta Sérgio Pelegrino, diretor da Claro Empresas.

“A Dell possui uma parceria sólida com a Microsoft há muitos anos, o que proporciona aos nossos clientes as melhores experiências tecnológicas disponíveis no mercado. Como líder em vendas de computadores no segmento corporativo brasileiro, a Dell vê o lançamento destes novos produtos da Microsoft como mais uma forma de garantir uma tecnologia simplificada e um amplo leque de soluções que se adaptam às necessidades mais específicas dos nossos clientes”, diz Túlio Werneck, gerente de produto da Dell Brasil.

Segundo Alexandre Lacerda, gerente de marketing de servidores da HP Brasil, “o lançamento do Windows Server 2008 é um marco importante para a Microsoft e para a HP, pois vários sistemas internos da HP já operam com essa plataforma, que possui avanços em garantia de disponibilidade, de recursos e de segurança”. Nos últimos 12 meses a HP se prepara para esse lançamento e espera compartilhar esse conhecimento e experiência com os seus clientes de forma a oferecer para o mercado o melhor dessa inovação. “A HP entende que os executivos têm o desafio de fazer que o uso da tecnologia se reflita em melhores resultados de negócios e os benefícios do Windows Server 2008 para o cliente estão alinhados com isso, pois permitem maior agilidade, redução de custos e aumento da segurança”, reitera Lacerda.

Parcerias com universidades

Além das ações com empresas das áreas de telecomunicações e de hardware, a Microsoft firmou parcerias com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), a Universidade de São Paulo (USP) e com a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC Rio) para proporcionar a documentação do Visual Studio em português. Essa versão traduzida estará disponível no mercado a partir do dia 13 de março por meio da comunidade MSDN Community Content V.2. O Brasil será o primeiro País a ter acesso ao Community Content V. 2.

Em conjunto com os estudantes, também participaram desse projeto diversos usuários Microsoft Student Partners (MSPs) e Most Valuable Professionals (MVPs), que elaboraram um glossário de termos a serem utilizados para manter a tradução homogênea de acordo com o original. A interface do Visual Studio 2008 Express também poderá ser utilizada em português com um Language Pack (add-in), que estará disponível no site do produto.


Tiago - Informática

A morte do HD

Tecnologia semelhante à dos cartões de memória chega aos computadores e começa a substituir os discos rígidos .

Matéria interessente publicada no Portal Exame.

http://fwa.abril.com.br/AcessoConteudo/buscaconteudo.servlet?codAcesso=312696&senha=91555861393D3CBB3A7F5E8CF90937ED.matriz2

Silvio

terça-feira, 18 de março de 2008

A era pós-profissional

A era pós-profissional
Roberto Macedo – OESP(Ce3) – 27.Jan.2008

O jornal Valor publicou em 27/12/07 interessante entrevista com a socióloga ítalo-americana Magali Safatti. Ela veio ao Brasil participar da mesa Profissões e Sociedades em Transição, no congresso anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs).
Na entrevista abordou tema que é a linha mestra dos nossos artigos neste espaço - o “descolamento’ entre as profissões e suas ocupações típicas. Da entrevista transparece que isso tem alcance internacional, e na sua análise Safatti identifica o que chama de era pós-profissional, em que o trabalho é marcado por novas formas de inserção dos especialistas.
Safatti acompanhou bem o surgimento dessa nova era, a qual é relativamente recente. Prova disso é que em 1977 lançou um livro com o título de A Ascensão do Profissionalismo - Uma Análise Sociológica, pela editora da Universidade da Califórnia (EUA).
Nessa época, “a identidade profissional, uma das bases da organização social do mundo moderno, conferia a alguém que pudesse ser identificado como engenheiro, médico ou advogado, o direito de dizer verdades sobre a sua fatia do mundo. A profissão era também um projeto social determinante para a mobilidade social”.
Isso levava à criação de grupos corporativos em torno das profissões, com aqueles que as exerciam sendo identificados e respeitados pela natureza clara dos serviços que ofereciam, como os de saúde, assumindo no seu meio social uma posição de poder em face do seu domínio da área.
Hoje, três décadas depois, diz que esse modelo corporativo foi substituído pelo que chama de 'especialidades tecno-burocráticas'. Uma especialidade desse tipo é uma forma de conhecimento que se insere no social, sem criar grupos corporativos. Exemplificando a partir de ocupações como analista financeiro, especialista em diagnóstico médico por imagens e tradutor de softwares, Safatti pondera que as pessoas que as exercem “não assumem mais um projeto coletivo de poder”, e argumenta que muitas ocupações que surgiram ao longo do tempo ‘não são profissões, pois não constróem identidades’.
Elaborando sobre sua visão, ela diz que no novo status “é como se essas pessoas fossem mestres em procedimentos, mas não são o que eram os engenheiros e os advogados, um grupo’.
E mais: argumenta que um dos “elementos essenciais de uma profissão é a construção de um campo, de uma área do conhecimento em torno do qual crescem paredes”, dentro e fora das quais os que a dominam são os únicos autorizados a falar desse campo. Hoje, “essas paredes são cada vez mais fluidas”. “Você pode ser qualquer coisa. Pode ser historiador e administrar uma empresa.” Ou ser um engenheiro e tornar-se um analista financeiro, acrescento.

TRANSIÇÃO

Ou seja, estamos numa fase em que a antiga situação convive com a nova. Ademais, como no caso da Medicina, em algumas profissões os muros continuarão necessariamente fortes. As novidades vêm das muitas ocupações que são criadas pelo desenvolvimento econômico, institucional e tecnológico, num processo que divide, amplia e diversifica fortemente as atividades que as pessoas exercem ao trabalhar.
O sistema educacional, conservador por natureza, corre atrás desse processo, sem condições de acompanhá-lo nos seus detalhes, ou até mesmo se equivocando ao tentar fazer isso, com uma profusão de novos cursos e “profissões”. Com isso, inadequadamente forma pessoas mais voltadas para a situação antiga, e que saem por aí à procura do que fazer, freqüentemente só encontrando oportunidades fora das áreas em que estudaram. Daí o “descolamento” a que nos referimos.
Evidentemente, a era pós-professional abre imenso campo para reflexões. Para quem analisa o mercado de trabalho, participa dele ou fará isso no futuro, o importante é acompanhar as mudanças, pois elas influenciarão escolhas pessoais e exigirão políticas públicas específicas, como a de informar e orientar jovens nas suas decisões.

Roberto Macedo -Economista (USP), Doutor pela Universidade Harvard (EUA), professor, consultor econômico e autor do livro“Seu Diploma, Sua Prancha - Como Escolher a Profissão e Surfar no Mercado de Trabalho” (Editora Saraiva, 1998)

Fernando - 18/03/2008